O desafio de criar e cuidar de uma pessoa com Transtorno do Espectro Autista (TEA) vai muito além das dificuldades cotidianas. Dilma Camargo, mãe de Laís Camargo Nascimento, de 31 anos, que possui Transtorno do Espectro Autista (TEA) e Transtorno Opositivo Desafiador (TOD), relata as barreiras que muitas famílias enfrentam. 
Segundo ela, a falta de ações efetivas prejudica crianças, adolescentes e adultos autistas. Embora existam leis e promessas, a realidade ainda é de pouca estrutura. “O cordão de identificação é importante, a informação é fundamental, mas estamos sendo bombardeados com dados e poucas ações reais”, critica.
Dilma destaca a ausência de suporte adequado na rede pública de saúde, especialmente para adolescentes e adultos autistas. “Se uma criança autista entra em crise, sabemos que há algumas alternativas, mas e os adolescentes e adultos? Não há para onde levá-los. Na última vez em que precisei de ajuda, um médico sugeriu que eu internasse minha filha na ala adulta ou que a entupisse de remédios.”
O impacto também atinge diretamente as famílias. Muitos pais adoecem devido à sobrecarga emocional e física. “Estou há dois anos sem poder trabalhar para cuidar da minha filha. E conheço outras mães na mesma situação”, lamenta.
Além da falta de atendimento especializado, um dos maiores medos das famílias é o futuro dos filhos. “E quando os pais faltarem? Quem cuidará desses adultos autistas? Como eles serão amparados?” questiona Dilma.
Para as mães que vivem essa realidade, o mínimo que esperam é que o SUS funcione de forma eficaz e que as políticas públicas saiam do papel e se tornem atendimento real. “Ao invés de apenas criar novas estruturas, é preciso fortalecer e aprimorar as que já existem dentro do SUS e das instituições que atendem essa população. Assim, poderíamos garantir um atendimento mais efetivo e acessível para todos”, conclui.