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Além do Visível: a força da arte brasileira em Mato Grosso

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No dia 8 de maio comemora-se o Dia do Artista Plástico. A partir da lembrança dessa data, eu e alguns amigos iniciamos um diálogo através de uma rede social — uma reflexão também sobre a força das artes visuais em Mato Grosso. Certamente, os grandes artistas estariam alheios ao frenesi digital e prefeririam o silêncio das tintas e dos traços à agitação virtual. Ainda assim, se estivessem imersos na internet, nomes como Humberto Espíndola, Clóvis Irigaray e Adir Sodré talvez se surpreendessem ao ver a potência com que suas obras e seus legados continuam ecoando entre os admiradores da arte brasileira produzida em solo mato-grossense.

 

Humberto Espíndola

 

E então surge a pergunta inevitável: um desses seria o maior artista que já tivemos? Para essa pergunta, acredito eu, cabem duas respostas: sim e não.

Sim, se falarmos de cada um isoladamente.
Humberto, com suas figuras bovinas e metáforas visuais, criou um universo próprio que atravessa décadas. Irigaray, com suas pinturas emblemáticas, retratou a cultura indígena em diálogo com o mundo moderno. E Adir Sodré, com sua crítica mordaz e seu traço inconfundível. Todos explodiram na cena como grandes nomes da arte.

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Sob esse prisma, quem há de discordar que cada um, a seu tempo, foi o maior?

Mas a questão é que, ao mesmo tempo, seria justo dizer que nenhum deles é o único maior, mas sim parte de um panteão que moldou a identidade visual de uma região. Afinal, Mato Grosso sempre foi terra de artistas gigantes. Antes mesmo deles, já tínhamos nomes que pintavam com o barro, a fé e o imaginário popular. Depois, vieram novas gerações inspiradas por essa tríade, mantendo viva a arte que nasce do calor, da beira do rio, do cerrado e da resistência.

Clovis IrigarayE se o critério for ousadia, como não lembrar dos quadros de Irigaray, que tomam paredes como quem grita com cores? Ou da delicadeza poética de Espíndola, que nos ensina a ver o invisível? Ou ainda da força erótica e política de Adir, que enfrentou censuras e tabus com o pincel afiado!?

Eleger um só como o maior artista plástico em 2025 seria tão justo quanto injusto. Justo, porque cada um tem seu brilho e relevância histórica gigantesca. Injusto, porque o que define a arte de Mato Grosso não é um nome só, mas a soma de muitos olhares — os que pintam, esculpem, desenham, bordam ou colam. Aqueles que desafiam o tempo e nos fazem enxergar além do visível.

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Mas, enfim, vamos combinar assim: não façamos somente do 8 de maio uma data para homenagear esses três mestres das artes; Eduardo, Clóvis e Adir merecem o título simbólico de maiores artistas plásticos do nosso chão por todo o sempre. Amanhã ou depois, virtualmente ou pessoalmente, a gente volta a conversar. Porque, felizmente, a arte brasileira produzida aqui em Mato Grosso nunca para.

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Guns N’ Roses na Arena Pantanal: quando o rock fez história no coração do Brasil

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Na noite de 31 de outubro de 2025, a Arena Pantanal se transformou em templo do rock. Sob o céu quente de Cuiabá, o Guns N’ Roses subiu ao palco e, com ele, uma parte da história da música mundial entrou definitivamente na paisagem sonora do Centro-Oeste brasileiro.

No histórico show da banda na capital mato-grossense bastaram os primeiros acordes para que o estádio se convertesse em um mar de vozes, memórias e emoção. Canções como Welcome to the Jungle, Sweet Child O’ Mine e November Rain ecoaram sob o vento quente da planície cuiabana, um contraste belo e improvável entre o deserto californiano e o cerrado pantaneiro.

Antes, quem preparou o terreno para essa noite histórica foi a banda Raimundos, ícone do rock brasileiro dos anos 1990. A abertura do show foi uma verdadeira explosão de energia e identidade nacional, com clássicos como Mulher de Fases e Eu Quero Ver o Oco levando o público ao delírio. Com seu som irreverente, potente e cheio de atitude, os Raimundos mostraram que também têm história e que o rock feito no Brasil segue vivo, vibrante e amado. A performance da banda agradou profundamente ao público cuiabano, que respondeu com coros, aplausos e uma nostalgia alegre que preparou o coração da Arena para o que viria a seguir.

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E então, sob aplausos e gritos de euforia, o Guns N’ Roses tomou o palco. Se Axl Rose conduziu o público com sua presença magnética, Slash transformou a noite em eternidade. Sua atuação impecável e inenarrável, como de costume, trouxe solos que pareciam atravessar o tempo. Cada riff, cada solo, os timbres, bends, cada nota sustentada no ar era como uma lembrança viva da essência do rock. O som de sua guitarra rasgou o céu cuiabano e, por instantes, fez da Arena Pantanal um altar. O público, em êxtase, sabia: aquilo era inesquecível e eterno.

Mais que um concerto, o evento foi uma celebração do tempo. Três gerações de fãs se encontraram na arquibancada, nos camarotes e no gramado, cantando juntas uma trilha sonora que atravessou décadas. O que para uns foi lembrança da juventude, para outros se tornou rito de passagem. A cada refrão, a Arena vibrava como se pulsasse o próprio coração da cidade.

Trazer o Guns N’ Roses para Cuiabá não foi apenas um feito logístico. Foi um gesto simbólico que mostrou a força cultural de uma cidade capaz de reunir milhares de pessoas em torno da arte, da música e da energia que só um grande espetáculo é capaz de gerar.

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Parabéns à organização, aos apoiadores e, em especial, ao público que lotou a Arena Pantanal. Com respeito, entusiasmo e emoção, Cuiabá celebrou uma das maiores linguagens musicais da história, prestou homenagem a uma das maiores bandas do mundo e mostrou ao planeta que o coração verde da América do Sul pulsa forte, vibrante e musical.

E quando Axl Rose, com a voz firme e o olhar incendiado, agradeceu ao público através das canções, a Arena respondeu em uníssono. A reverberação desse agradecimento pareceu atravessar a noite, misturando-se ao som das guitarras e ao coro dos fãs, como se o tempo parasse por um instante para ouvir.

Naquela noite, o rock não foi apenas som. Foi memória, encontro e emoção compartilhada. Foi o instante em que o mundo coube inteiro dentro de um estádio iluminado.
E quando as luzes começaram a se apagar e a multidão começou a se dispersar, a caminho do carro percebi que algo permanecia no ar: a certeza de que há shows que não terminam quando o som silencia, porque continuam tocando dentro da gente, como comigo agora, enquanto escrevo e ainda ouço o timbre daquela noite.

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