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AGRONEGÓCIO

Zoneamento Agrícola para centeio traz avanços para produtores rurais

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O Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) para a cultura do centeio foi publicado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), estabelecendo os períodos de semeadura e identificando municípios aptos ao cultivo em nove estados brasileiros e no Distrito Federal. O estudo atende a uma demanda do setor produtivo e é visto como uma ferramenta estratégica para ampliar a produção do cereal no país.

A análise considerou fatores como riscos climáticos, déficit hídrico nas fases iniciais e finais do desenvolvimento da planta, geadas no espigamento e excesso de chuva durante a colheita. Esses parâmetros ajudaram a determinar as condições ideais de cultivo, levando em conta o tipo de solo, o regime hídrico e o ciclo das cultivares. Os estados contemplados incluem regiões do Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste, ampliando as possibilidades de cultivo para produtores rurais em diferentes biomas.

O centeio é um cereal de estação fria que apresenta múltiplas finalidades. Além de ser utilizado na alimentação humana, com destaque para pães integrais e produtos dietéticos, também é empregado na alimentação animal, seja como forragem, silagem ou grãos. O cereal desempenha ainda um papel importante como planta de cobertura, contribuindo para a recuperação e melhoria das condições do solo, especialmente em áreas com baixa fertilidade natural ou maior acidez.

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Embora o cultivo de centeio tenha sofrido redução global nos últimos anos, sua rusticidade e capacidade de adaptação a condições adversas tornam o cereal uma opção viável para áreas marginais e sistemas agrícolas diversificados. O Brasil, que historicamente concentra o cultivo em poucos estados, apresenta potencial para ampliar a produção, especialmente diante do interesse crescente pela sustentabilidade no manejo agrícola e pela produção de alimentos mais saudáveis.

Os dados do Zarc para o centeio já estão disponíveis em plataformas digitais, como o aplicativo móvel “Zarc Plantio Certo” e o “Painel de Indicação de Riscos”. Ambas as ferramentas auxiliam os produtores na tomada de decisões, indicando os melhores períodos e locais para o plantio de acordo com os parâmetros climáticos e de solo.

Com a publicação do zoneamento, espera-se que os agricultores e o setor agroindustrial tenham mais segurança e previsibilidade no planejamento de suas lavouras, contribuindo para o aumento da competitividade e da produtividade no campo. A iniciativa fortalece o papel do centeio como uma alternativa sustentável e promissora para o agronegócio brasileiro.

Leia aqui, na íntegra.

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Fonte: Pensar Agro

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AGRONEGÓCIO

Agronegócio busca alternativas para evitar impactos da moratória da UE nas exportações

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A implementação das exigências da Lei de Produtos Livres de Desmatamento (EUDR), aprovada pela União Europeia (UE) em 2022, está gerando grande preocupação no agronegócio brasileiro. Com o início da aplicação das novas regras programado para 30 de dezembro de 2025 para grandes empresas e 30 de junho de 2026 para micro e pequenas empresas, o Brasil está intensificando as negociações para evitar uma classificação de “alto risco” de desmatamento. Caso o país seja incluído nesta categoria, as exigências para exportar produtos como soja, carne bovina e café para a Europa se tornariam ainda mais rígidas, impactando diretamente as exportações brasileiras.

A EUDR exige que os produtos comercializados na UE sejam rastreados até a origem, com o objetivo de garantir que não venham de áreas desmatadas após 2020. Para isso, os países exportadores serão classificados em quatro níveis de risco: nulo, baixo, médio e alto, com base nos índices de desmatamento e nas políticas ambientais adotadas por cada um.

Embora o Brasil não deva ser considerado de “baixo risco”, uma posição intermediária seria considerada positiva para o agronegócio nacional, já que facilitaria as exportações, mantendo um nível de rastreabilidade compatível com as exigências europeias.

No entanto, as negociações estão longe de serem simples. A legislação brasileira permite o desmatamento legal em determinadas áreas, desde que as propriedades cumpram exigências como a manutenção de reservas legais – áreas de vegetação nativa que devem ser preservadas nas propriedades rurais.

Na Amazônia, por exemplo, é exigido que 80% da área seja preservada, enquanto em outras regiões a porcentagem pode ser menor. Essa flexibilidade é um ponto de discórdia nas conversas com a União Europeia, que defende a meta de “desmatamento zero”. Para o agronegócio brasileiro, essa abordagem europeia não leva em consideração as particularidades das leis nacionais, que buscam equilibrar o uso agrícola com a preservação ambiental.

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Além disso, a nova categorização de risco introduzida pela EUDR, que agora inclui a classificação de “nulo”, foi vista com preocupação por setores do agronegócio. A medida tem o potencial de beneficiar países que já passaram por um estágio de expansão agrícola, criando um descompasso em relação a nações em desenvolvimento, como o Brasil, que ainda estão avançando em sua produção rural e em busca de práticas mais sustentáveis.

O presidente do Instituto do agronegócio (IA), Isan Rezende (foto), expressou a preocupação do setor agropecuário em relação à chamada moratória do desmatamento imposta pela União Europeia. Para ele, a imposição de um bloqueio indiscriminado de produtos de áreas desmatadas pode desconsiderar os avanços realizados pelo Brasil na área de sustentabilidade, sem levar em conta o contexto legislativo brasileiro.

Imagem: assessoria

“Temos que entender que o Brasil, ao contrário de outros países, ainda está em um processo de expansão agrícola, e a moratória pode gerar um descompasso. A imposição de regras que não consideram as particularidades da nossa legislação cria um obstáculo adicional ao crescimento do setor”, disse o presidente do IA. Segundo Rezende, o Brasil tem investido significativamente em tecnologias que tornam a produção mais sustentável, mas a pressão da moratória pode inibir esses avanços ao tornar as exportações mais complexas e onerosas.

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Rezende também destacou a necessidade de um diálogo mais equilibrado entre as partes envolvidas. “Acreditamos que uma abordagem mais flexível, que leve em consideração as leis ambientais brasileiras, é fundamental para que possamos manter nossa posição como um dos maiores produtores agrícolas do mundo. A moratória, da maneira como está sendo proposta, é um desafio para o setor, mas seguimos confiantes de que, com negociações justas, conseguiremos chegar a um meio-termo”, disse o presidente do IA.

Esses pontos de divergência devem ser tratados nas próximas rodadas de negociações, previstas para ocorrer entre março e abril deste ano, quando a Comissão Europeia deve detalhar mais claramente os critérios de rastreabilidade e as exigências para cada país. A expectativa do agronegócio brasileiro é de que o país seja posicionado de maneira a garantir uma exportação viável para a UE, sem sobrecargas burocráticas e com uma avaliação justa de suas políticas de preservação e uso da terra.

Dessa forma, o Brasil se prepara para um ano de intensas negociações, com o objetivo de ajustar sua legislação e práticas às exigências europeias, ao mesmo tempo em que busca minimizar os impactos econômicos de uma possível classificação de alto risco. A questão do desmatamento legal será central nas conversas, e o desfecho dessas discussões poderá definir o futuro das exportações brasileiras para o mercado europeu nos próximos anos.

Fonte: Pensar Agro

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